De forma grosseira, este primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de João Pessoa pode ser resumido da seguinte forma: os “nanicos” – Renan Palmeira (PSol), Antônio Radical (PSTU) – batendo em todos os quatro outros candidatos: Cícero Lucena (PSDB), Luciano Cartaxo (PT), Zé Maranhão (PMDB) e Estela (PSB). E os quatro candidatos se alfinetando entre si.
Estela batendo em Cícero, Cícero revidando em Estela. Maranhão, vez por outra, mirando a gestão de Agra e de Ricardo Coutinho e Cartaxo sem querer brigar com ninguém.
Fora disso, são detalhes específicos.
No caso dos candidatos de partidos nanicos, destaque para Renan Palmeira, jovem estreante em eleições, e ainda Antônio Radical.
Percebia-se, entre eles, uma espécie de “comunhão dos pequenos”, uma “frente de esquerda solidária”. Assim, as críticas, denúncias e questionamentos dos nanicos contemplaram todos os demais candidatos. Cuiá foi misturado à Confraria, greve de fome de professores da UEPB à relação com empresários do transporte escolar e por aí, sobrando pancada pra Cícero, Estela, Maranhão e até Cartaxo, várias vezes provocando pra defender a gestão de Luciano Agra.
Mas quem roubou a cena mesmo, com destaque para todos os portais que acompanharam o debate, foi a polarização entre Estela e Cícero. A socialista tocou por duas vezes, e a na segunda foi direta, nos processos que o senador tucano responde na Justiça.
Cícero declarou que “foi perseguido”, fez um relato de que até agora nada foi comprovado e contra atacou: “Agora, os funcionários públicos deste governo que defende a candidata é que são perseguidos”, declarou.
O senador tucano, então, fez o papel de oposição bem feito. Só não contava que iria `apanhar´ dos `nanicos`, como se tivesse mandato no Executivo.
No geral, deu pra sinalizar que:
1 – Cícero quer ser o candidato oficial da oposição. De fato, entre os candidatos competitivos, ou é o único de fato genuinamente oposicionista o ou é o melhor deles;
2- Estela evitou Cartaxo e mirou em Cícero. Acertou em polarizar com o principal candidato oposicionista. Mas pode correr o risco de deixar o deputado Luciano Cartaxo correndo por fora. Valeria mirar no petista também nos próximos embates;
3- Já Luciano Cartaxo reafirmou sua postura política: evitar confronto. O petista tentou passar pelo debate como quem apenas deixa suas propostas e vai embora sem querer arranhar ou ser arranhado por alguém;
4 – Já Maranhão pareceu que não sabia bem com quem estava concorrendo.
De toda forma, os eleitores em João Pessoa tiveram a primeira oportunidade de ver os candidatos, ao vivo, se confrontando e mostrando suas propostas. Foram três horas e , na maior parte do tempo, com propostas. Muitos outros debates virão. Mas esse já sinalizou, implícita ou explicitamente, as intenções de cada um dos candidatos.
Luís Tôrres
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