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17/06/2012

A necessidade de ser estadual



As eleições municipais, apesar das peculiaridades locais, nunca estão totalmente desassociadas da pauta estadual. Mesmo nos pequenos municípios, os candidatos aliados, ligados ou da base do governador em exercício sempre dão um jeito de incluir na própria lista de predicados a “ligação” com o chefe do Executivo, sugerindo que a relação política poderá resultar em ainda mais benefícios para o município disputado.
 
De toda forma, a pauta estadual sempre tem um jeito de fazer parte das disputas municipais. Se o governo vai mal, é a oposição que tenta vincular o candidato no município à gestão estadual. Se vai bem, é o contrário.
 
Além disso, é uma boa oportunidade para que o governo estadual tenha suas ações expostas durante o debate eleitoral municipal. Desde claro que tenha realmente feito algo na cidade em questão e que, principalmente, o candidato aliado tenha domínio da informação e, especialmente, desejo de repassá-la.
 
Não será diferente em 2012.
 
Candidatos ligados ao governador Ricardo Coutinho devem estar preparados para isso. Mesmo aqueles que consideram a relação política “diferente” terão que estar instruídos para reverberar as ações do governo em cada cidade. A oposição vai querer explorar fraquezas. E com um adendo: no caso de Ricardo Coutinho, os opositores ainda podem alegar que os aliados do governo não tem "acesso" ao governador em face da forma "diferente" de relacionamento político entre o chefe do Executivo e a classe política.
 
 Zenóbio Toscano em Guarabira, Romero Rodrigues em Campina Grande, Carlos Antônio em Cajazeiras, Lindolfo Pires em Sousa, Estelizabel Bezerra em João Pessoa, Dinaldinho Wanderley em Patos e tantos outros, se quiserem evitar surpresas, tem que estar preparados para propagar as ações e obras do governo em suas cidades.  E, quiçá, fingir ou acentuar boas relações com o Palácio, cobrando do governador que avance nas intervenções nos próximos meses, a fim de consolidar discursos.
 
Porque os Paulino em Guarabira, os Vital do Rego em Campina, Carlos Rafael em Cajazeiras, os Gadelha em Sousa, Maranhão em João Pessoa, e Francisca Mota em Patos e tantos outros vão estar a propagar que o governo não chegou nestas cidades.
 
Nas contas do governo já foram liberados mais de R$ 82 milhões diretamente aos municípios para execução de obras, sejam estradas, hospitais, obras hídricas, no chamado Pacto Social pelo Desenvolvimento.  Não faltarão, então, números para o discurso.
 
Quem gritar mais alto ganha o debate.
 
Luís Tôrres

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