A Direção Nacional do PSB já deu resposta ao prefeito Luciano Agra a respeito de carta endereçada ao governador Eduardo Campos, presidente nacional da legenda, anunciando desejo de ser candidato à reeleição em João Pessoa. É o que informa assessoria do partido em nível nacional.Pautado pela tese de que a Direção Nacional do PSB já declarou que o processo na Paraíba será conduzido pelas instâncias estadual e municipais do partido, bem como pelo governador Ricardo Coutinho, o secretário-geral da legenda, Carlos Siqueira, em conversa telefônica com o prefeito na tarde de hoje, teria comunicado a Luciano Agra que a candidata em João Pessoa é, como teria ficado acertado anteriormente, a ex-secretária Estelizabel Bezerra.
Segundo ele, foi isso que ficou combinando na última conversa com o vice-presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, em recente visita a João Pessoa.
A assessoria do PSB Nacional, que registrou o ocorrido, disse ao blog que os dirigentes do partido em João Pessoa e na Paraíba trabalham em perfeita sintonia com o governador Eduardo Campos. “Você imagina se o governador Eduardo Campos vai interferir num processo conduzido pelo governador da Paraíba em seu estado”, declarou fonte ligada ao PSB Nacional.
Ela lembrou que em 2006 o PSB abriu de mão de dois deputados federais, entre eles Manoel Júnior, que é amigo de Eduardo Campos, e de dois deputados estaduais, para seguir com os rumos indicados por Ricardo Coutinho, então presidente da legenda e prefeito da Capital.
“O PSB Nacional respeita as decisões partidárias e o comando de suas lideranças regionais”, completou.
Comentário nosso: O prefeito Luciano Agra vai mesmo ter que ir para o campo de
batalha.
batalha. Não será pela via do entendimento com a cúpula do PSB e com o governador Ricardo Coutinho que o prefeito Luciano Agra conseguirá retornar à condição de candidato natural à reeleição. Os sinais registrados após divulgação da carta a Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, demonstraram isso. Não há mais clima para unidade e consenso.
Nem com apelo à Nacional.
Se Ricardo Coutinho “não vai abrir” da candidatura de Estelizabel Bezerra, como ficou claro em todos os “Volta Agra” registrados anteriormente, também não será a direção Nacional do PSB, sob a condução de Campos, que garantirá a unidade em torno de Agra.
Ingenuidade pensar que o governador de Pernambuco vai deixar que o processo, acertada ou erradamente, deixe de ser conduzido pelo governador da Paraíba. Campos sabe que não se mete o dedo no quintal de um “colega governador” gratuitamente.
Se não gostaria de perder João Pessoa como plataforma eleitoral para os embates nacionais, Campos não gostaria muito menos de perder a Paraíba e um governador aliado no estado vizinho à Paraíba. Assim, como diz a Lei da Selva, tem o poder de mando quem tem tamanho maior.
Fontes que chegaram ao blog informaram, inclusive, que o governador Ricardo Coutinho foi informado pelo próprio governador da chegada da carta de Agra. O próprio Campos teria tranqüilizado Ricardo, reafirmando que em João Pessoa o processo está em suas mãos.
A ele foi lembrado que Agra renunciou apesar de ter 20 pontos percentuais e que não pode falar em "clamor popular" se continuar com os mesmos 20 pontos.
Neste sentido, a carta de Agra a Eduardo Campos é mais um ato simbólico, que representa sua luta por um direito legítimo. Ela não terá efeito prático.
Porque o caso não se trata mais de decidir pela razão. Assim, resta a Agra apenas um caminho: o da disputa interna direta no diretório municipal. Resta saber se ele vai encarar, encarando se vai ter o direito de participar de uma disputa e, disputando, se terá condições de ganhar e, não ganhando, se aceitará os resultados. Essas são as dúvidas.
As outras já foram dirimidas.
Luís Tôrres
Nenhum comentário:
Postar um comentário